Alguma vez provou um monocasta Grand Noir? Não é fácil, não há muitos no mercado, pelo que, estava curioso em provar este vinho.
Por falar em curiosidades, a casta Grand Noir, uma casta tintureira de origem francesa, é um cruzamento entre as castas Petit Bouschet e Aramon, obtido em 1855 por Henri Bouschet, o “pai” (ou seja, o criador) da casta Alicante Bouschet, bem conhecida na Península Ibérica, um cruzamento das castas Grenache e Petit Bouschet, ou seja, são uma espécie de meios-irmãos, que partilham tanto genética como o mesmo “pai adoptivo”.
Acresce o interesse por se tratar de um vinho das Terras de Sicó, uma sub-região da Beira Atlântico, que aos poucos tem vindo a trazer ao público vinhos de grande qualidade de pequenos produtores.
Apenas 500 garrafas produzidas, um vinho de cor intensa, violácea, um vinho com aroma de fruta preta fresca, nota química e sugestão vegetal de resina de pinheiro, um tinto encorpado, com concentração, acidez vibrante, tanino ligeiramente rústico e levemente secante num vinho com grande persistência e de final fresco. Nota: 17,5
Não sendo uma harmonização clássica, ficou que nem ginjas, perdão, que nem cerejas com as ditas. O vinho foi aberto para uma massada à Lavrador, já no final da refeição, e acabou por entrar também nas sobremesas. Fruta e frescura foram os vectores que permitiram o alinhamento entre as partes.