Orquídea é um espaço de restauração lisboeta, localizado na Rua da Madalena, na baixa da cidade.
A convite do produtor de vinhos Cas’amaro, fui conhecer o espaço e provar alguns dos seus vinhos, um produtor recente e com um portfolio que já atravessa três regiões: Lisboa, Dão e Vinho Verde.
O restaurante tem uma carta muito na lógica do petisco e da partilha, uma equipa liderada pelo Chef Hélder Branco. Partilho aqui os pratos e vinhos que tive oportunidade de experimentar.
Couvert
Patê de beterraba, Pão de milho, Broa de alfarroba, Azeite.
Lula, espumante e alcaparras (19€)
Uma lula braseada, alcaparras grandes, molho com coentros, acompanhado do Bustelo 2023 Alvarinho, um vinho aromático, de perfil frutado, um tropical fresco. Sente-se um (muito) ligeiro açúcar residual no ataque, mas termina seco, até com um leve amargor, um toque de adstringência a dar textura. Um perfil primário, fresco e aromático da casta. Nota: 16,5
Ainda oportunidade para testar também o Bustelo 2023 Loureiro e Arinto, um perfil mais simples, franco e frutado, fresco, de textura fina, um cítrico maduro, leve toque vegetal. Nota: 16
Atum, Tomate e batata doce (17€)
Atum no ponto, com um molho de tomate com hortelã da ribeira / poejo e cebola, e batata doce. Acompanhou o vinho Falatório 2023 rosé, um lote das castas Tinta Miúda e Camarate, moderado na cor, um perfil de redução, notas resinosas, um rosé com algum tanino e leve amargor, um verdadeiro vinho gastronómico, um perfil extremado, longe da fruta. Nota: 16,5
Chamuças de coelho e maionese de caril (13,50€)
Boa Chamuças, grande, bem recheada, saborosa, e com uma maionese de caril muito agradável. Cuidado com o jalapeño! Acompanhou com o Madame Pió 2021 Sercial (Esgana Cão), um branco com estágio em barrica, um vinho com muita acidez, bem seco, cítrico no final de boca, quase crocante, muito salivante, sem qualquer tipo de amargor, uma grande persistência, belíssimo. Nota: 17,5
Codorniz, castanha e romã (21€)
Um dos pratos “do dia”, ou seja, uma sugestão do menu do dia, um prato mais sazonal. Uma codorniz, um puré de castanha e romã, um bom conjunto, que acompanhou o único tinto da refeição, o Madame Pió 2019 tinto Reserva, um lote das castas Tinta Miúda e Camarate, um vinho aromático, fruta vermelha fresca, quase goma, leve nota vegetal, num registo bem seco, com alguma rusticidade, muito tanino, moderado no volume. Nota: 17
Queijo de “entorna”, orégãos e tostas caseiras
A “sobremesa”, um belíssimo final de refeição, um belíssimo queijo amanteigado de Azeitão, temperado com oregãos e acompanhado de umas tostas. Para acompanhar, um dos melhores vinhos da refeição, o Madame Pió 2022 branco Reserva, um lote das castas Arinto e Cercial, um branco cremoso, com boa acidez, um perfil de madeira presente, com uma leve evolução, notas especiadas, manteiga, erva doce, com boa persistência, um toque mineral. Belíssimo. Nota: 17,5.
Boas provas!