Há vinhos que carregam a história de um país, e Tokaji é um desses casos. Produzido na Hungria, estes vinhos doces têm uma reputação lendária, que conquistou reis, inspirou poetas e foi durante séculos símbolo de prestígio e requinte.
Falo de colheitas tardias produzidos com uvas afetadas por Botrytis cinerea, que dá origem à famosa “podridão nobre”, uma das regiões mais reputadas no mundo na produção de vinhos deste estilo. Vinhos com um processo produtivo próprio (um dia falarei aqui com mais detalhe), cujo grau de doçura é medido “puttonyos”, com estágios prolongados em madeira. O resultado são vinhos finos, com elevada acidez que proporciona um notável equilíbrio entre doçura e frescura, e que têm uma impressionante capacidade de envelhecimento.


Recentemente tive oportunidade de provar um, o Grand Tokaj 2017 Special Selection, com um leve dourado na cor, aroma com notas de fruta cristalizada, damasco seco, mel, açafrão, um vinho muito fresco, salivante, fino, com doce evidente mas com um grande equilíbrio entre doçura e acidez, mineral, fino mas cremoso, muito persistente.
Uma excelente opção para as sobremesas de Verão, servido bem fresco, doses pequenas em copos de dimensão moderada (que não foi aqui o meu caso, era o que estava disponível…). Boas provas!