Às portas de Viseu, um pequeno espaço onde as tradições têm raíz, e onde os pratos de conforto florescem à mesa.
“Comida com raízes portuguesas, tudo feito de raíz“. A descrição é feita pelos próprios, Inês e Nuno, que em 2019 abriram o DeRaíz. Uma casa de pedra, com cerca de 50 lugares, com comida de conforto, uma ementa pensada também num conceito de partilha.
Ovos verdes, pasteis de massa tenra, pataniscas, iscas de pato, salada de orelha, entre muitas outras entradas. Nos peixes, destaque para o bacalhau, o polvo e o atum. Nas carnes, o Arroz de Pato, as Bochechas de Vitela, a Costeleta de Vitela Mirandesa ou o Borrego de leite na brasa são as opções. Os vegetarianos também não ficaram esquecidos, com um arroz caldoso de cogumelos e um Tofu à Bolhão Pato.
Um espaço onde o vinho tem destaque e é bem tratado, uma vasta oferta de vinhos nacionais, com destaque para os vinhos da região, o Dão.




Tive oportunidade de visitar recentemente e de poder provar alguns dos pratos da ementa, dos quais deixo aqui algumas notas.
Ovos verdes
Um ovo verde um pouco vanguardista, mas muito tradicional nos sabores. Muita salsa, crocante, muito fresco, a repetir.
Pastéis de massa tenra
Vitela muito tenra, de confecção lenta, uma massa seca, saborosa, com um toque de mostarda no topo, belíssimos.
Tarte de cebola
Uma boa surpresa, para os fãs de cebola.
Arroz de Pato
O prato principal, um dos momentos altos da refeição. Um arroz bem caramelizado pela confecção de forno, com crosta, generoso no pato, acompanhado por linguiça, laranja e pinhões. Um belíssimo prato de conforto.




A acompanhar o arroz de pato, oportunidade para provar dois vinhos do produtor Chão da Quinta, um produtor local, que se localiza muito próximo do restaurante, e que levou uma curiosidade (um 2012 que já não se encontra no mercado) e uma antevisão (um 2018 que ainda irá sair para o mercado).
Chão da Quinta 2012 tinto Private Selection
Doc Dão 14%, um monocasta Touriga Nacional com 9 meses de estágio em barricas de carvalho francês. Leve evolução no nariz, reflexo da idade, mas limpo. Um vinho que demora um pouco a abrir, merece alguma atenção e tempo para se mostrar. Ainda cheio de garra e de frescura, é um tinto ainda com tanino firme, mas que já começa a ter a elegância que o tempo traz.
Chão da Quinta 2018 tinto Grande Reserva
Em amostra, um monocasta Touriga Nacional com 24 meses de estágio em barrica nova de carvalho francês. Aroma limpo, madeira discreta, com fruta e nota floral, um tinto intenso, muito fresco, com volume e concentração, tanino muito fino, um vinho com concentração e com elegância, um grande vinho do Dão.
Terminámos a refeição com o Pão de Ló, Azeite e Flor de Sal, de comer à colher, muito cremoso, acompanhado com gelado, e que fez uma boa ligação a um branco seco de Lafões, também do mesmo produtor. Uma harmonização arrojada mas que funcionou na perfeição.
Prometo regressar, há outros pratos da carta que me deixaram água na boca…